Colorada luz perdida Nos arrabaldes da vida Sempre recebe atenção E o tocador puro cerne Não se queixa do inverno Puxando uma de botão Pobre gaita disse um louco Desamassando algum troco Escorado no balcão A noite "buena" fervia Com o perfume das guria Adoçando a ocasião Num embalo remanchado O gaiteiro desdobrado Se destaca como pode Na escadaria surra o fole Pede o pique e toma um gole Bombeando algo que sobre Lindo oficio, dura sina De uma gaita correntina E um tocador de vaneira Não hay no pago campeiro Quem não se pare faceiro A ouvir uma botoneira Toca outra que tá lindo Disse uma ruiva se abrindo Encantos de sirigaita O gaiteiro se arreganha E a moça vira a champanhe Por sobre a tampa da gaita Benzida pelas mimosas Gaita velha melindrosa É ferramenta e recurso Aguente o gosto por leria Pra o ofício é coisa séria Que merecia ter curso Lindo oficio, dura sina De uma gaita correntina E um tocador de vaneira Não hay no pago campeiro Quem não se pare faceiro Ao ouvir uma botoneira