Do melaço da cana moída sai um ouro Branco e soluto que adoça a boca do meu povo De onde vem? Vem das Brenhas vem do mato Vem do suor salgado de um povo pra qual o sol Já acorda atrasado Vem da pele ressecada, de um corpo e alma marcada Padroeiro que proteja para de ruim não pegar nada Vem da vida dura, de uma longa jornada Olhos de cacimba barrenta facão na lima amolado Adoça minha boca adoção, caleja as palma da minha mão Adoça minha boca adoção, caleja as palma da minha mão Adoça minha boca adoção, caleja as palma da minha mão O corte é preciso e a lâmina dura reflete Alvorada e o véu de candura O corte é preciso e a lâmina dura reflete Alvorada e o véu de candura Lindos são os campos de um verde dourado O cheiro do engenho do mato Adoça a boca do povo No fim de um de amargo