Eu já nasci de bigode Não tiro nem pra lavar Às vez', eu abro com a chaira Que é pra desmaçarocar Eu já nasci de bigode Igual filho de jundiá Eu já nasci de bigode Quase não pude mamar A minha mãe se arranhava Naquele manduruvá Se apavorou a parteira Na hora de me aparar Veio junto com a criança Uma cola de tamanduá Eu já nasci de bigode Não tiro nem pra lavar Às vez', eu abro com a chaira Que é pra desmaçarocar Eu já nasci de bigode Igual filho de jundiá Eu já nasci de bigode Não tiro nem pra lavar Às vez', eu abro com a chaira Que é pra desmaçarocar Eu já nasci de bigode Igual filho de jundiá O bigode, meu amigo Entre tanta serventia Carrega um pouco do almoço Pra o fiambre do fim do dia Abriga a cara no inverno Quando o minuano nos vem Esconde um dente cariado E a falta dele também Eu já nasci de bigode Não tiro nem pra lavar Às vez', eu abro com a chaira Que é pra desmaçarocar Eu já nasci de bigode Igual filho de jundiá Eu já nasci de bigode Não tiro nem pra lavar Às vez', eu abro com a chaira Que é pra desmaçarocar Eu já nasci de bigode Igual filho de jundiá É um mato que nos abriga É um filtro que nos acode Quando tem mosca no leite Ela fica no bigode E se, no frio, tá gripado Parecendo um chafariz O bigode ataca tudo Que desce pelo nariz Eu já nasci de bigode Não tiro nem pra lavar Às vez', eu abro com a chaira Que é pra desmaçarocar Eu já nasci de bigode Igual filho de jundiá