Ouça aquilo que não é dito Sem palavras, mas com um murmúrio O som das ondas A água corrente Tudo isso é um pranto O lamento pelo que não foi O sussurro Do fracasso contido Da covardia escondida Assobiando entre as árvores É um vento, que assusta Mas não destrói A noite sustenta seu coração Não peça alegria, não espere ilusão Parte de mim é o que grito, mas a maior parte é silêncio Nascemos no escuro e tememos a falta de luz Temos medo de mergulhar no mais profundo E o som da onda que se quebra É o mesmo da esperança desabada Quando a noite é um refúgio O dia açoita Flutuar no anseio Da superfície Não desistir da prudência Aceitar a inercia As ondas são os fantasmas, que nos atrapalham o sono Em um vai e vem de desejos tardios Atormentados por um murmúrio