De uma rua sem nome De um bairro escuro De covas fundas ai ai mamã uê Em gargantas Fatalmente magras Carente de pão E sem muita ambição Em gargantas Fatalmente magras Carente de pão E sem muita ambição Sou filho da miséria Escancarada Enteado da vida Entreaberta Vivo na periferia Passo no tempo Com trejeitos de homem Chamo, chamo chamo-me Menino! Chamo-me Menino Chamo-me Menino Chamo-me Menino Chamo-me menino Tchoman, tchoman, tchoman, ehe, ehe Dou passes desde os cinco Tenho doze chuvas Uma cara operária Sobre um corpo fininho De cinco anos Sofro de raquitismo Por comer com os olhos Enquanto na garganta (uhm, uhm) Destilam bolas de saliva Meu peito nicotizado É mortalha e tantã (aha, aha) Meu peito nicotizado (ué, ué) É mortalha (ehe) e tantã (ah, ah) Arde e inflama, inflama Como a chama! Chama chamo-me menino Chamo-me menino Chamo-me menino Chamo-me menino Chamo-me menino Chamo-me menino Chamo-me menino Aha aha aha aha aha aha