O vento norte a embalar macegas E o baio ruano abaralhando o freio Solto do peito aquele grito largo Marca sagrada de parar rodeio Um pouco adiante o cusco atropela A lebrezita que arrancou do sono Bem lá no alto um touro osco berra Como se fosse desse mundo o dono Pela invernada vão brotando trilhas Riscando o verde de pêlo e poesia A cavalhada em disparada louca E o tranco manso do gado de crina A água suja no passo da sanga Carrega cheiro de pasto pisado Um quero-quero recortando os ares Mistura jeito de chefe e soldado Até uma nuvem caminhando lenta Chega sedenta no cocho de sal Deus participa dessa tarde morna E deixa à mostra seu amor rural Será esse grito de parar rodeio Letra de um hino ou cantar de vida? É certo mesmo que faz bem à alma E adoça a boca no rigor da lida Até uma nuvem caminhando lenta Chega sedenta no cocho de sal Deus participa dessa tarde morna E deixa à mostra seu amor rural Será esse grito de parar rodeio Letra de um hino ou cantar de vida? É certo mesmo que faz bem à alma E adoça a boca no rigor da lida