A Lua cheia ponteou de novo no céu da pampa Desenhando a estampa, imagem clara, poncho e chapéu Tranco largo, bom cavalo quando o céu, num pealo Fez uma estrela vir de boléu Luz cadente, noite afora e o meu par de espora Tem um brilho raro vindo do céu E o meu par de espora tem um brilho raro vindo do céu Faz contraponto c'o a prata inteira destas rosetas Clareando a silhueta que a luz da Lua estendeu no pêlo Minha Gateada lume o ouro que prendeu no couro Pra trazer o brilho, assim, de sinuelo E a lembrança é um açoite pra quem vê, na noite Uma flor amarela enfeitando o cabelo Pra quem vê, na noite, uma flor amarela enfeitando o cabelo Toda distância se perde, aos poucos, rumando à estrada Léguas e a Gateada, ao tranco, parece que voa Sabe o rumo, falta um eito, pois me aperta o peito Uma lembrança dela que andava à toa Frouxo as rédeas e as ponteçuelas quebram Lua e estrelas No espelho grande e fino da lagoa Quebram Lua e estrelas no espelho grande e fino da lagoa Quem tem retornos no rosto da amada junto à cancela E a lembrança dela, numa saudade, que é minha ainda Faz, da estrada, um verso assim, ela espera por mim Com um aceno e um beijo de boas-vindas Flor morena, minha sina, o teu riso é a rima Pra essa chacarera de Lua linda O teu riso é a rima pra essa chacarera de Lua linda A saudade, aos poucos, dentro da noite, vai indo embora Largo da espora as duas estrelas quando a estrada finda Outro par de olhos negros me contam segredos Desses que a noite nem sabe ainda A saudade é um mundéu, teu olhar é um céu Pra essa chacarera de Lua linda Teu olhar é um céu pra essa chacarera de Lua linda Teu olhar é um céu pra essa chacarera de Lua linda