É triste para o nordeste O que a natureza fez Mandou cinco anos de seca E uma chuva a cada mês E agora em oitenta e cinco Mandou tudo de uma vez A sorte do nordestino É mesmo de fazer dó Seca sem chuva é ruim Mais seca d’água é pior Quando chove brandamente Depressa nasce um capim Dá milho arroz e feijão Mandioca e amendoim Mas como em oitenta e cinco Até o sapo achou ruim Maranhão e Piauí Estão sofrendo por lá Mas o maior sofrimento É nessas bandas de cá Pernanbuco rio grande Paraíba e Ceará A sorte do nordestino É mesmo de fazer dó Seca sem chuva é ruim Mais seca d’água é pior O jaguaribe inundou A cidade de iguatu E sobral foi alagado Pelo rio acarau O mesmo estrago fizeram Salgado e banabuiu Ceará martirizado Eu tenho pena de ti Limoeiro e caissaba Quixerá e aracati Faz pena ver o momento Dos fragelados dali Seus doutores governantes Da nossa grande nasção O flagelo das enchentes É de cortar coração Muitas famílias vivendo Sem lar sem roupas sem pão A sorte do nordestino É mesmo de fazer dó Seca sem chuva é ruim Mais seca d’água é pior