Me comparando ao rio grande Sou grito do quero-quero, no alto de uma coxilha Sou herança das batalhas da epopeia farroupilha Sou rangido de carreta, atravessando picada Sou o próprio carreteiro, era boi, era boiada Era, era boi brasino, era, era boi pitanga Boi fumaça, jaguané, olha a canga Sou velha cambona preta, dependurada nos tentos Sou chapéu de um domador, tapeado de contra o vento Sou rancho de pau-a-pique a beira de uma estrada Onde descansa o tropeiro, pra seguir sua jornada Era, era boi brasino, era, era boi pitanga Boi fumaça, jaguané, olha a canga Sou a cor verde do pampa, nas manhãs de primavera Sou cacimba de água pura, nos fundos de uma tapera Sou Lua, sou céu, sou terra, sou planta que alguém plantou Sou a própria natureza que o patrão velho criou Era, era boi brasino, era, era boi pitanga Boi fumaça, jaguané, olha a canga