Se a vida passa a correr E um dia sem avisar É cedo pra adormecer Tarde pra acordar Revoltas por esquecer Sonhos por adiar É cedo pra adormecer Ou tarde pra acordar Se é cedo demais pra adormecer Tarde demais pra acordar A família afasta-se O verão volta mais quente A casa arrumada Fica um caos de repente O vinho adiado para a hora certa A sesta apetece O tempo aperta Outro mau pressentimento Sempre uma ânsia de ser produtivo Como se a Lua dependesse disso Ladra o cão tão contente Já vai raiar o dia Sais de casa em jejum Para chegar antes do tempo Onde o perto é longe Para agitar a corrente Depois da labuta O amor de madrugada Que seja urgente Nem tapa a cova do dente Será que a tristeza entorta o andar Ou atrás de tanta aura positiva As formas que a sós tentas cozinhar Para acabar com essa vida Que já se repete Mas ainda é cedo demais Se o dia passar a correr Mas sem nada mudar É cedo pra adormecer Tarde pra acordar São mensagens por ler Roupa por engomar É cedo pra adormecer Ou tarde para acordar É cedo demais pra adormecer Tarde demais pra acordar É cedo demais pra adormecer Tarde demais pra acordar Morrem os bacanos Os bacanos morrem sempre Em fatalidades Sempre surpreendentes Vais ao café respirar fundo Perguntar pelo fim do mundo À natureza impaciente É tudo tão grande Maior que o teu motivo Sorte seres figurante Nesse teu caminho Com a paixão pelo mistério Que nasce e morre num dia Quem espalhou o ódio Um pouco por toda a gente Esqueceu que o amor Foi outrora semente E se agora quem vota na destruição É o teu pai e o teu irmão Fecha os olhos segue em frente Para acabar tudo no tempo certo Estragar ao filho o mundo em aberto O teu poder pequenino Trá-lo sempre vestido Em pactos com cassetetes E grita às paredes Que agora é tarde demais Se a vida passa a correr E um dia sem avisar É cedo pra adormecer Tarde pra acordar Revoltas por esquecer Sonhos por adiar É cedo pra adormecer Ou tarde pra acordar É cedo demais pra adormecer Tarde demais pra acordar Dorme o sono dos justos Em olhar de serpente Que a cidade é um mundo Mas não cabe toda a gente E de tanto lutar com o teu irmão Ficou só a solidão E o teu saquinho de água quente