Rola o tempo frio e mudo Sopra o vento a verdade dura Sem sabor e sem pudor Réu condena o triste andante Velha tempra de um são mentor Cruel meta dos sempre errante Águas vivas de imensa bonança Cantam hinos na tenra herança Entoam sonhos de sempre erguidos Que o tempo esvanece como gotas fugindo Longos anos escrevem sem misericórdia Cruas sentenças para eternas discórdias Longos anos ditam leis de dor Cruas sentenças que roubam pleno furor Pensa o novo não ser assim Julgando-se dono de um poder novo Mas a noite vem como sempre veio E os sonhos vão como sempre foram Rola a vida viaja sem sede Só cabe nela a sede dos que nela estão tidos Há um destino a construir pelo segredo descoberto E no medo entreaberto a certeza de ter de ir