Sentado na mureta, cheio do mundo Tentando chegar ao fundo da questão Crocodilo no esgoto, segismundo na cela Aqui são outras leis e nada é meu Veritas, vera cruz, marco zero Em todo peito um vão Cada vez mais alto, mais distante Mais longe do chão Até que some de tão abstrato (ó não) E que se ergue e se empilha em apartamentos E se isola em pequenos compartimentos E se um morcego hoje à noite entrar pela janela Um morcego em gotham não é sonho, não é mais Veritas, vera cruz, marco zero Veritas, vera cruz, marco zero E eu aqui sentado na beira do abismo Da fenda abissal da escuridão eu sinto O arauto do obscuro o mensageiro insano Nas asas negras do seu aeroplano do destino Passando a limpo as mil etapas do seu plano Uma gárgula renitente por anos e anos Duas faces carrancudas, uma na frente uma na nuca O próprio caráter do tempo à imagem daquilo que nos faz Virar pedra Eu não caio nessa arapuca não me pega Eu tenho os pés voltados pra minha terra Aqui é norte-noroeste, eu vou até a beira E como um trem O meu coração viaja e vai além Da skyline esverdeada do aterro do flamengo (Tchu-tchu) Rasga o chão Rasga o chão À procura Da janela Do meu quarto Devora os prédios As cidades ao redor E o Brasil