Certo dia, numa floresta tropical mais conhecida como mata atlântica A desvirginada, ocorreu um fato no mínimo mentoniano Uma corrida, uma crise, um coelho, uma tartaruga e uma cova A questão era quem iria ser enterrado? Era de praxe uma corrida anual no condado de velox e o céu ficou lotado de estrelas E eu lembro de ter ouvido o coelho se gabar Que a tartaruga não possuía rodas de liga leve, muito menos turbo O fato é que eles largaram E após um exaustivo primeiro dia o coelho parou para abastecer E comeu cenouras encantadas, disfarçadas de um sutil plin plin Que o deixou mais lento que o pensamento da tartaruga E ele teve que entender que há um momento para tudo E aquele não era o seu momento Não chegou a sua estação, não troque seu inverno por verão São chuvas de alegria Como as evidências de um chitão, medo de deitar naquele chão E se cobrir com terra Ver Deus lá no portão, o amor que vem do pão E da varanda repartir Eu vi Deus em você Eu vi Deus no amanhecer, de novo Minhas crises enterrar Eu vi Deus em você Eu vi Deus no amanhecer e de novo Minhas crises enterrar Ai o coelho entendeu que não era ele que devia ser enterrado Eram apenas as suas crises