Tropilha de Corredor A noite escura sem lua Destapa um véu de garoa E um relincho ecoa longe No corredor que encordoa Abriu os olhos pra o mundo Engolindo a escuridão Largo’o poncho da placenta Na terra bruta do chão De pronto viu seu destino No estreito do corredor A velha estrada embarrada Muita terra e pouca flor Tropilha de corredor Zainas, mouras, coloradas Crinudas marca borrada Eguada sem domador Tropilha de corredor O padrillo não se sabe Romances no alambrado Ou se a porteira se abre Talvez tenha sido um mouro Dos campos lá da Figueira Que emprenhou a colorada Corajosa e parideira Quase um ano, cruzou léguas Campeando sombra e aguada Vivendo no corredor Prenha, prenha de cria roubada Andar e andar sua sina É viver pelas estradas Benzida a trança de bruxa Pra alguma pata cortada E o caprichoso destino Escolheu o fio do caminho Pra parir mais esperança Na tropilha, outro potrinho Tropilha de corredor Zainas, mouras, coloradas Crinudas marca borrada Eguada sem domador Tropilha de corredor O padrillo não se sabe Romances no alambrado Ou se a porteira se abre Tropilha de corredor Tropilha de corredor Tropilha de corredor