Sempre eu sonhava Com o poeta apaixonado Com um violão de lado E uma voz que ninguém Cantando versos E fazendo serenata Uma blusa cor de prata Que brilhava igual a minha Todas as vezes Que o violeiro cantava Uma moreninha chegava Pra lhe ouvir cantar também Enfeitiçada com o som da melodia E as canções que ele fazia Não olhava pra ninguém Sempre ela vinha Com o vestido azulado Sentava ali do seu lado Como era de costume E quando ele Dela se aproximava Nesta hora eu acordava Me acabando de ciúme Passava o tempo Com os dois sempre eu sonhando Quando ele estava cantando Ele sempre também vinha Era tão linda de ternura E de encanto Que nem ele sabe o tanto Do amor que ela tinha Também notava Quando eu estava cantando Que alguém escutando Sempre, sempre do meu lado Daí então eu comecei Prestar sentido Me achando parecido Com o poeta apaixonado E numa noite Pude me encontrar com ela Beijando na face dela Vendo que estava acordado Ela me disse Sou teu verdadeiro amor Tu és aquele cantor Com quem eu tenho sonhado Falou sorrindo Que também sempre sonhava Que a tempo me amava Era tão meiga e tão bela Igual aquela que no sonho apareceu O cantador era eu E a moreninha era ela Ainda sonho com esta mesma moreninha A camisa que era minha O violão que era o meu Mas quando eu canto Ela está sempre ao meu lado E o poeta apaixonado Nunca mais apareceu Mas quando eu canto Ela está sempre ao meu lado E o poeta apaixonado Nunca mais apareceu