Para falar de uma fonte Murmurando no grotão Falar de um carro de boi Gemendo lá no espigão E da Lua se banhando Nas águas de um ribeirão Falar de coisas tão puras Tem que ser por quem segura Uma viola na mão Para falar em boiada E da fibra de um peão E da poeira vermelha Levantando no estradão Falar de uma cavalgada No lombo de um alazão Tem que se falar direito Por quem canta com respeito Com a viola na mão Para fazer uma moda Fazendo uma saudação Ao caboclo lavrador Homem que cuida do chão Tem que ser por quem conserva A pátria no coração Só é pura a mensagem Se quem faz essa homenagem Tem a viola na mão Muitos saúdam nossa terra Com versos de outra nação Não adianta mais fingir Quem quebrou a tradição Porque uma moda que fala Do nosso amado sertão Merece ser interpretada Por quem honra a pátria amada Com sua viola na mão