De todo tempo que restou só tenho esse aqui E tudo aquilo que eu planejei e nunca cumpri E as formalidades que nunca me exigi Que apesar dessa gola puída e calça amassada Da barba por fazer e da meia furada Mais além da impressão de desleixo existe o iminente, o temido desfecho E quem sou eu pra admitir Que é pura falta de noção? E que eu não sei dizer não E quem sou pra admitir que é pura tentação E que eu não sei dizer não Pra mim É que apesar dos olhares atravessados Do tênis sujo e do casaco surrado Existe também um potencial subestimado E quem sou pra admitir Que eu sou assim E que nem é tão ruim assim