Pras bandas do poente Ergueu-se uma barra Calou-se a cigarra Assim de repente E um som diferente Ponteou de guitarra, E um som diferente Ponteou de guitarra Lá longe, bem longe Faísca e troveja Silêncio de igreja Com ecos de bronze Nas preces do monge No amém do assim seja Nas preces do monge No amém do assim seja Tropeando a lonjura, O tempo que berra Farejo mais serra Que o vento procura E a chuva madura Traz cheiro de terra E a chuva madura Traz cheiro de terra... O tempo desaba, O mundo se adoça Na água que empoça, Mais mansa ou mais braba A seca se acaba, E tudo remoça A seca se acaba, E tudo remoça Nas almas sedentas Não é diferente As barras do poente Que se erguem violentas Depois das tormentas, Acalmam a gente Depois das tormentas, Acalmam a gente Se as safras perdidas Tivessem gargantas Podiam ser santas Das searas da vida São tão parecidas As almas e as plantas São tão parecidas As almas e as plantas Tropeando a lonjura, O tempo que berra Farejo mais serra Que o vento procura E a chuva madura Traz cheiro de terra E a chuva madura Traz cheiro de terra O tempo desaba, O mundo se adoça Na água que empoça, Mais mansa ou mais braba A seca se acaba, E tudo remoça A seca se acaba, E tudo remoça...