Marciliano Quem vem lá? É o Marciliano, bem montado por sinal Num velho estilo ancestral, assobiando qual minuano Um pala do melhor pano, por sobre a anca do mouro Um cinto de prata e ouro, reluzindo ao sol pampeano Quem vem lá? É o Marciliano, vem de guitarra nos tentos Trazendo a força dos ventos, no seu versejar pampeano Traz um dedilhar cigano, e a terrunha liturgia Pra ser lembrado em poesia, quando partir deste plano Vem Chegando o Marciliano, maestro de campo e lida Desses gaúchos que a vida, nos regala como Hermano Ensinamento pampeano, que adquiriu da experiência Entordilhando a existência, pela tropeada dos anos Buenas tardes Marciliano, prosa e mate tem de sobra E a encordoada se desdobra, numa rima do Aureliano O milonguear campejano, quebra o silêncio da tarde E a brasa do fogo arde quebrando o frio do minuano Já se vai o Marciliano, no mesmo tranco que veio Segue no trono do arreio, encurtando meridianos Talvez ao passar dos anos, volte sovando as garras E eu diga ao bombear a estrada, que vem vindo o Marciliano