O facho de Helesponto apaga o dia, Sem que aos olhos de Hero o sono traga, Que dentro de sua alma não se apaga O fogo com que o facho se acendia. Aflita o seu Leandro ao mar pedia, Que abrandando por ela, a prece afaga, E traz-lhe o morto amante numa vaga (Talvez vaga de amor, inda que fria). Ao vê-lo pasma, e clama num transporte - "Leandro!... és morto?! ... Que destino infando Te conduz aos meus braços desta sorte?! Morreste!... mas... (e às ondas se arrojando, Assim termina já sorvendo a morte) "Hei de, mártir de amor, morrer te amando."