Berrante velho, todo torneado De chifre longo de boi pantaneiro Que foi usado por meu velho pai Nos velhos tempos que foi boiadeiro Quando o meu pai tocava o berrante E os peões gritava auê boiada Mamãe chorava no último beijo Vendo de longe o poeirão da estrada Dependurado ali na parede Uma lembrança do meu velho pai O seu berrante hoje é enfeite Uê, uê boiada, não escuto mais Não dê ouvidos, para minhas queixas Nem se impressione se acaso eu chorar Eu sou o filho de um berranteiro Que já se foi para não mais voltar Olho o berrante e lembro do meu pai Tão sorridente ele assim me diz Não fique triste filho é a vida Pois onde estou eu também sou feliz Dependurado ali na parede Uma lembrança do meu velho pai O seu berrante hoje é enfeite Uê, uê boiada não escuto mais Dependurado ali