Luzes de neon dançam na noite vazia Esquinas que guardam segredos de outra vida O barulho dos passos, ecos na calçada Almas perdidas, bebendo palavras caladas No vidro embaçado, vejo um rosto que foi meu Lá do outro lado, na cidade que adormeceu Onde vão os sonhos quando a noite despenca? Nas ruas, os rastros, na bebida que afoga e sustenta Falam de amor como quem já esqueceu E de repente, o silêncio revela quem sou eu Ela fuma sozinha num canto qualquer Olhar de quem já teve o que hoje nem quer As conversas ao fundo, risos e vazios Gente que some, desliza entre espelhos frios É estranho pensar que tudo se repete Gente indo embora e outros chegando sem que afete Onde vão os sonhos quando a noite despenca? Nas ruas, os rastros, na bebida que afoga e sustenta Falam de amor como quem já esqueceu E de repente, o silêncio revela quem sou eu Mais um gole pra não pensar no amanhã E o cara do bar serve histórias que ninguém reclama Na vitrola um blues que grita o que ninguém diz De amores quebrados que se foram e se refazem aqui Vejo nas sombras o que sempre quis evitar Reflexos do passado que insistem em me olhar Onde vão os sonhos quando a noite despenca? Nas ruas, os rastros, na bebida que afoga e sustenta Falam de amor como quem já esqueceu E no vazio da noite, eu sou quem me perdeu Luzes de neon, barulho de copo no ar Na cidade que nunca dorme, eu vim me encontrar