Com licença meu senhor Tenho que falar da vida Da minha dor Das coisas que me fazem cantar Do apreço e do desencanto Que só chegam para amargar Com licença meu senhor Preciso aqui fazer uma prece Um apelo, um pedido, um clamor Não para mim e sim para os meus Sem egoísmo, menosprezo Algo puro e verdadeiro uma oração para Deus Com licença meu senhor Quero falar de canhões, balas e tiros Combatidos e repelidos por uma simples flor Da modesta loucura das ruas Do amor de um simples cego Por uma deusa nua Com licença meu senhor Quero falar do meu castelo Do meu refúgio do meu amor Da beleza da amizade Dos valores que aprendi Da eterna busca da felicidade Com licença meu senhor Não questiono se o amanhã existe Mas se todas as dúvidas sanassem É o hoje que persiste Com licença meu senhor