Tu és o potro aporriado que não se deixa encilhar És tropilha de bagual corcoveando campo afora És "rintintim" de espora do gaúcho pacholento És a chuva e o vento, tu és o orvalho da aurora És o grito de "se vieram" numa cancha de carreira És o café de chaleira na cambona enfumaçada Essa tortura da estrada que vai e vem o tropeiro Tu és o próprio campeiro voltando da campereada Tu és a canha que eu bebo numa bodega de estrada Tu és a picanha assada no braseiro de galpão És cuia de chimarrão agarrada com carinho És china que com jeitinho sabe prender coração És pra mim sempre a querência que um filho jamais esquece Que te eleva numa prece entre meio a um acalanto Tu serás sempre este manto que cobre a coxilha mansa É o Rio Grande que se lança num canto à pampa que canto