Volto em silêncio pra beber das velhas fontes Molhar os pés naquela sanga cristalina Que logo ali vai desbravar os horizontes Pra libertar os meus anseios de menina Cabelos longos, fustigados pelos ventos Sons de dialetos, vozerio dos parreirais E o rio inquieto com nostálgicos lamentos A imitar o cantochão dos ancestrais Tudo me chama no verdor dessas ramagens Vales e montes, terras férteis e trevais Adolescentes os meus sonhos têm paisagens Que vida afora, não me deixarão jamais Junto às encostas, meus avós plantaram fundo As esperanças pra colher tempo melhor Descortinaram o nascer de um novo mundo Feito de luta, de trabalho e muito suor Meu canto tem, a mansidão de lamparinas Nasceu liberto sem maneia nem buçal Mas não renega minha origem campesina Mesclando raças e sonoro madrigal Tudo me chama no verdor dessas ramagens Vales e montes, terras férteis e trevais Adolescentes os meus sonhos têm paisagens Que vida afora, não me deixarão Tudo me chama no verdor dessas ramagens Vales e montes, terras férteis e trevais Adolescentes os meus sonhos têm paisagens Que vida afora, não me deixarão jamais