Aquele touro brasino Refugador de porteira Não tinha peão que fizesse O maula entrar na mangueira Faziam até promessa Pro negro do pastoreio Dava cavalo cansado e laço atorado ao meio Virava da meia tarde Soprava um vento pampeano Botei as garras num mouro Que apelidei de cigano Assobiei pra um Cusco oveiro Que pra pegar é um tirano Saímo os dois ao tranquito Pra campear o aragano Quando avistei o tinhoso Já vinha com o laço armado Meu Cusco pulou na frente Saiu fazendo costado Tapei ele de rodilha Com a canhota que é meu jeito Fiz ele ficar dobrado Babando no osso do peito (Touro, touro, touro Touro brasino Na Armada do meu laço Tá escrito o teu destino) (Touro, touro, touro Touro brasino Na Armada do meu laço Tá escrito o teu destino) Abri meu pingo pra um lado Entre bufos e guascassos Meu laço pegou no chifre Partindo em cinco pedaços Passei a mão sobre a cola Vi que não tava sozinho Quando o touro cravou a cara Meu Cusco pegou o focinho Tomei um turumtufunfo Perdi a mala e o poncho Quase arreganhei o pingo Mas o touro ficou trouxo Nessas rodilhas do laço Eu relembro a mocidade Sempre quando um touro berra Me atropela uma saudade