Sou tipo bicho tchê, não leve a mal O meu jeito de falar, e o estilão bem bagual Sou tipo bicho tchê, conheço a lida A mentira e a verdade, e as voltas que tem a vida Eu sou simplão, este é o meu jeito Não sou estudado, mas sei tratar com respeito Eu sou assim, simples de fato Xucro da mais pura cepa, sangue de bicho do mato Eu sou um bugre aragano, criado nos “cafundó” Carrego sangue no “zóio” e tutano nos “mocotó” Com palheiro fumacento, vou espantando mosquito Sou de bem poucas palavras, mas na palavra acredito O amargo da persistência, eu nunca achei que era sorte Mateio com a erva caúna, virando deixo mais forte Guardo a coalhada na guampa, e os fervidos na banha Escovo os dentes com cinza e enxaguo com a canha Pra receber os amigos, nas portas não tem tramela Preparo a carne pra o charque, salgando numa gamela A cuscada me acompanha, dia e noite me arrodeando Pelos campos e galpões, em todo lugar que eu ando Eu tomo canha com alho, pra tirar a poeira da goela Ando de bombacha larga, arremangado na canela Numa cama de pelego, eu renovo o meu astral Me deito na lã no inverno, e no verão uso o carnal