Desponta a aurora a florescer Dorme o ruivo sol sobre o trigal E brota o mel de um canto taura Pelo bico aberto de um zorzal Vai costeando o úmido juncal Rumo aos ranchitos ou tapes Que me leva o pão amargo que conseguirei Com o fruto gris lá do espinhel Sou pescador e levo em mim O velho sangue guarany Do rio bravo irmão eu sou Meu uruguai E sobre suas águas Meu caíque manso vai Céu rio mato e solidão Nas noites serenas de esplendor Da lua espiando o pajonal Se ouve o canto chão remoto e fundo Do vento machaso e infernal Trago a costa inteira no meu canto Herança crioula e sapukay O grito salubre de uma pena e um cantar Que nasceu do rio uruguai