Vem da invernada dos tempos Rasgando olheiras de sol As patas cortam os ventos No sangue um velho arrebol Assim chegou no Rio Grande Para o gaúcho saudá-lo Desde então por onde ande Hornero é o rei dos cavalos Imprime à estirpe essa imagem Sua função sem igual Morfologia e coragem Numa fusão ideal Surgem campeões para o freio Em dinastias de irmãos Arunco, Nobre, Faceiro Olvido, Inteiro e Brasão Tantos mais nesse entreveiro E outros ainda serão E assim La Invernada Hornero Morreu ficando em seu clã Segue a correr nos potreiros Das gerações do amanhã Deixem que a lua entordilhe Lá nas lonjuras do azul Ficou um pouco do Chile Nessas manadas do sul O pago inteiro padece Faz-se um silêncio de galos Qualquer gaúcho entristece Quando se vai seu cavalo Meu coração bateu asas Pra se esconder na poesia E um João Barreiro fez casa Numa cocheira vazia Quando um BT se aproxima Com sua marca no couro Eu vejo Hornero por cima Da sua prole de ouro!