De madrugada, na hora que eu me levanto O galo canta e, o vento, lá fora, bate Meio cansado pra enfrentar a lida do dia Devagarito, eu vou levantando do catre Vou pro galpão e faço um fogo sem demora E nessa hora é que a saudade me bate Então, converso com meus cusco' companheiros Que são parceiros na hora de eu tomar mate Fico pensando: O que será daqui pra diante? De Sol a Sol, vou seguindo o meu caminho Chapéu tapeado, lidando dentro da estância Tenho esperança, mas cada vez mais sozinho Fico pensando: O que será daqui pra diante? De Sol a Sol, vou seguindo o meu caminho Chapéu tapeado, lidando dentro da estância Tenho esperança, mas cada vez mais sozinho Nossas estâncias, c'o a falta de companheiros Não terão índio que saiba carnear uma vaca Tosar um consumo e encerrar um Zebu matreiro Que atire o laço e saiba lidar com a faca Chegue na forma e não refugue cavalo E encilhe e ande num maleva caborteiro Faz que se assusta e dá um coice nas espora' E, sem demora, sai se enredando no reio Fico pensando: O que será daqui pra diante? De Sol a Sol, vou seguindo o meu caminho Chapéu tapeado, lidando dentro da estância Tenho esperança, mas cada vez mais sozinho Fico pensando: O que será daqui pra diante? De Sol a Sol, vou seguindo o meu caminho Chapéu tapeado, lidando dentro da estância Tenho esperança, mas cada vez mais sozinho