Nas bailantas do Rio Grande Sempre vou disposto a tudo Boto freio nos valente Relincho igual um cuiudo Pois me criei deste jeito E nem morrendo eu não mudo! Não trago medo da morte Pois tenho sangue charrua A minha raça nos versos Que canto se perpetua Clareando a alma gaúcha Com brilhos de Sol e Lua As noites de tempestade Pra mim são noites serenas E a riqueza que eu possuo É o amor desta morena E as fronteiras que conheço Arrombo nas minhas chilenas E as fronteiras que eu conheço Arrombo nas minhas chilenas Eu sou igual a um potro xucro Ninguém me bota bocal Nasci na pampa reúna Num dia de temporal E vivo esporeando a vida Que é igual a um potro bagual E vivo esporeando a vida Que é igual a um potro bagual Se entrar num jogo de osso Não atiro a tava forte Pois meu braço é caborteiro Ventena igual vento norte Sempre larga bem o osso Nas carpeteadas da sorte Se for nas quarenta carta Conheço bem a manobra Os meus trinta e um de espada Não são florzita de abóbra Pois no truco eu sou nojento Quando meto, uma me sobra! Pois no truco eu sou nojento Quando meto, uma me sobra! Eu sou igual a um potro xucro Ninguém me bota bocal Nasci na pampa reúna Num dia de temporal E vivo esporeando a vida Que é igual a um potro bagual E vivo esporeando a vida Que é igual a um potro bagual Não sou pataca mas tenho O lombo liso e sem marca E se entrar numa peleia Nem satanás me ataca Que eu cerro as guampas do maula E pitoqueio com a faca! Nos rodeios desta vida Cimbrando a cana do braço Meu laço de couro cru Às vez se espicha no espaço Deixa o velhaco berrando Dando coice e manotaço Deixa o velhaco berrando Dando coice e manotaço Eu sou igual a um potro xucro Ninguém me bota bocal Nasci na pampa reúna Num dia de temporal E vivo esporeando a vida Que é igual a um potro bagual E vivo esporeando a vida Que é igual a um potro bagual