Verá entre rugas rolar uma lágrima se agora olhar o meu rosto cansado De minha história marcada de mágoas talvez eu já tenha até te falado O peso da idade às vezes que faz das minhas lembranças coisas repetidas Palavras que hoje pra muitas pessoas, parecem que foram até esquecidas Então resguardando as minhas memórias escondo a tristeza que vive comigo E fico buscando no meu pensamento aquilo que nunca me foi esquecido A enorme moenda que tinha o engenho, e dentro do tacho garapa fervendo Açúcar e melado fazendo das canas que as juntas de boi estavam moendo Eu chego a sentir antigos sabores nas vezes que a alma tristonha divaga E o cheiro que exala de uma lamparina bem naquela hora que ela se apaga Da carne de porco guardada na banha o aroma gostoso de café torrando Pamonha no forno e banana da terra por sobre chapa do fogão assando Eu já não consigo usar de palavras mesmo se eu tentasse ficaria mudo As mãos calejadas e a pele queimada da vida do campo vão dizendo tudo Talvez por ser moço não possa entender o imenso poder que tem a saudade O pranto que cai agora em meu rosto retrata a forma de minha linguagem! Eu chego a sentir antigos sabores nas vezes que a alma tristonha divaga E o cheiro que exala de uma lamparina bem naquela hora que ela se apaga Talvez por ser moço não possa entender o imenso poder que tem a saudade O pranto que cai agora em meu rosto retrata a forma de minha linguagem!