Tem dias no amanhecer que o Sol parece entender A dor que eu estou sentindo Solidário e tão longe, entre nuvens se esconde Com o seu brilho fugindo A tristeza então dói mais quando eu olho para trás E só vejo a imensidão Com lembranças espalhadas, feito aves machucadas Que voam sem direção Da antiga casa enfeitada, só escombros e mais nada Espaço pra solidão Nem sinal mais da palhada, e da paineira arrancada Só cicatrizes no chão Só o mourão de aroeira, demarca feito bandeira Onde já foi um curral Ainda forte resiste, enquanto ao tempo assiste Esperando seu final Meu olhar, hoje perdido, é o espelho do que vivo Em cada recordação Entre tralhas, ferramentas, que minha velhice inventa Vou vivendo de ilusão São coisas da minha idade, misturadas com a saudade Dos caminhos que já fiz Quem mantem meu pensamento sem esquecer um momento Que também já fui feliz!