Raios foscos cruzam o céu E nossos traços e embaraços transparecem na manhã A força inconstante, clara e reverberante Torna claro que as glórias não sustentam um amor No breu da falida madrugada, um som me revelou Que a paixão que nos unia se desfez em cacos pelo chão Eu olho para o agora e só vejo o que passou O resto é difuso como um sonho que se dissipou O que será de nós Quando o brilho dos seus olhos só me mostrar decepção? O que será de nós Quando o afago e o carinho forem nulos e por dó? Hora de mudar Hora de mudar e eliminar a dor Hora de mudar As luzes da cidade parecem distantes Enquanto observo-a deitada pela última vez A solidão noturna é inquietante Mas não muito diferente do que a que ao seu lado por meses vivi Sua face insólita traz um lapso de esperança Mas é só um arrepio que perpassa por seu corpo nu Um último segundo, um suspiro, um silencioso adeus E a inesperada dor que me assalta e desnorteia