Ela entra de noite na choupana Vem que nem suçuarana Quando dana procurando o que comer Anda que nem cobra caninana No pé de cana caiana Quando cata o mel de cana pra beber O olho da bichana se dilata como quê Doida com o cheiro do banguê É uma onça no lajedo a me emboscar É de dar medo a cobra verde a me querer Olará, olerê Ela se enrodilha ao pé da cama Até parece a taturana Que quando se toca, queima e dana a arder Morde minha pele com a gana Que nem abelha africana Quando apanha alguém no tronco do ipê Ela então se assanha e arma logo um fuzuê Doida com o licor do jurumê É taturana procurando me queimar É tataíra pretendendo me morder Olará, olerê Ela arma o bote pra pular E eu acuado no meu canto sem mexer Bole o corpo e salta pelo ar E aí me engole se babando de prazer Olará, olerê, lerê