Acordei na floresta sozinho, Com fome, com medo, com frio. Ninguém veio me encontrar. Tentei seguir meu caminho, Lembranças vieram comigo E fantasmas pra me assombrar Eu fiz minha cuia então, Bebi no rio de emoção Pra não morrer de sede, pra não morrer de sede. Os lobos me ensinaram a caçar. Uma única arma eu iria usar: A mão Eu não queria ser rei de novo. Eu não queria ser rei Aprendi a fazer pão. Com pedaços do meu coração Sutil E essa mais nova invenção Chamou também a atenção Das aves. Queriam me ensinar a voar, Queriam me ensinar a voar, Fugir Quem sabe eu pudesse achar Um canto meu em mais um lugar: Nos ares. Eu não queria ser rei de novo. Eu não queria ser rei. Eu havia crescido um pouco. Os pelos tomavam meu rosto, Rejeitei usar lâmina. Parecia eu ter vindo dos rutes, Me disse um dia um abutre. Talvez fosse esse o motivo de eu ali estar. Eu queria lembrar de vocês, Eu queria lembrar de vocês. Queria poder não lembrar, eu queria poder não lembrar. Chorei três dias e três noites, Me escondi na caverna afoito. Os lupus vieram pra me consolar Eu não queria ser rei de novo. Eu não queria ser rei. Sou filho do sol numa manhã de inverno