Se eu canto, o espanto Vem me calar Na sorte, na morte Neste lugar O escuro dos muros Vem me cercar Me tranco, me estanco Em meu penar De dia a agonia Vem me fartar De noite o açoite Vem me marcar Dos medos, segredos Não vou contar Me tranco, me estanco Em meu penar Chora teu dia agora Que te devora A vontade de sorrir Deixa que a tua queixa Rebata e mexa Com quem não quer te ouvir Faça da tua espera A primavera que há de vir