Alô, meu Tuiuti! Quem for contra, vai chorar Porque, se Deus é por nós Quem será contra nós? Abriu a porta da senzala! É pegada de africano, hein? Ogunhiê! Okê arô! Laroyê! Meu pai, kaô Tem sangue nobre de Mandela e de Zumbi Nas veias do povo preto do meu Tuiuti Ogunhiê! Okê arô! Laroyê! Meu pai, kaô Tem sangue nobre de Mandela e de Zumbi Nas veias do povo preto do meu Tuiuti Olodumarê mandou Oxalá me conduzir Pelo céu da liberdade Me falou Orunmilá Vai, meu filho, semear, pelo mundo, a humanidade Nos caminhos de Exu Me perdendo, eu encontrei, nua e crua, essa verdade Que a raiz do preconceito Nasce do olhar estreito da cruel desigualdade Sou alabê gungunando o tambor Trago cantos de dor, de guerra e de paz Pra ver secar todo pranto nagô E gritar por direitos iguais Meu sangue negro que escorre no jornal Inundou um oceano até a Pedra do Sal É! Dandara! A espada e a palavra, é! Não vai ser escrava, é! De ver noutras negras minas Um baobá malê que nasceu do chão Pra vencer a opressão Com a força da melanina É! Dandara! A espada e a palavra, é! Não vai ser escrava, é! De ver noutras negras minas Um baobá malê que nasceu do chão Pra vencer a opressão Com a força da melanina Negro é cultura e saber Ka Ríba Tí Yê, caminhos de Sol Onde Mercedes, Estelas Por becos e vielas Se fazem farol Pra iluminar Alafins E morrer só de rir, feito mil Benjamins E cantar! Cantar! Cantar A beleza retinta que veio de lá E cantar! Cantar! Cantar Pra saudar o meu Orixá