Moleque se empolga, diz que é do crime Malicioso se define Não se arrepende de nada que faz, que fez Amizade sincera só dura só mês Freguês assíduo da boca da Tonha Já apanhou por maconha, sangrou na coronha Sonha com tiro, com treta, o tempo inteiro O travesseiro com a fronha Seu cativeiro Acorda meio-dia, vai direto pra mesa Cara fechada, mal-humorado, frieza Liga a TV na Globo, SBT Cine privê, na band, não é de perder Comprou um CD de rap seu som predileto Diz que é do hip-hop, um cara completo É B.Boy, MC, também faz Scratch Lugares impossíveis, a lá Seu nome aparece Toma uma ceva, dá um tapa na erva Despreza os irmãos, chama as dona de égua Diz que se garante, prova, mostra a munição Pura pressão, na cinta só o coldre do oitão Gingado, ensaiado, sempre falando errado Na cadernetinha, tá tudo anotado Zangado, acha que isso é rebeldia Apelidado Seu Creison da Periferia Boné aba reta, o dedo de seta, se infiltra A berma, a peita, diz que foi uma fita No bolso, não tem um real pro café Mas tá de tênis Adidas zero no pé Nunca visitou um irmão, tá tudo azul Virou plateia, na estreia, do Carandiru Manda recado, salve na comunitária Mesmo sendo desprezado, tirado na área Passou uma data na casa do irmão Espalhou que tava comandando uma rebelião Anda mostrando uma foto montada Nela aparece ele, o Beira-Mar e o Escada Não se rende, não se vende ao traidor Odeia celular, fax, computador Diz: Que foi burguês que inventou Mas chama patrão de doutor, oh! Pai, mãe, ninguém mais aguenta o rapaz De tudo acontece O que pode acontecer mais? A última, duas semanas atrás Sumiu da bolsa o dinheiro do gás Polícia ele cumprimenta, se abre, sorri Diz que faz assim, mas se quiser, pode vir Quem conhece sabe que não é do time O autêntico comédia do crime