Todos em frente! Todos ao ataque! É chegada a hora de mostrá-los que nós somos E dizermos de uma vez! Nós estamos vivos, cremos nisso Não seremos eternos submissos! A fórmula pra vencer não inclui o sucesso Eu sei, o fracasso começa com uma dose de descaso Esse não pode ser o nosso caso Então Alfabetização! Alimentação! Habitação! Dignidade! Igualdade! Seriedade! Todos em frente! Todos ao ataque! Só assim nossos direitos se tornarão realidade - E enquanto isso, o que eles fazem? E tudo acaba em samba Será que nossos problemas acabaram? - Veja a resposta! Assassinato sem morte Trocando ideias, já perdemos altas horas de sono Tentando encontrar uma saída pacífica Pra uma das maiores injustiças O abandono! Vai, me diz: Como se pode exigir algo 128 Desses peregrinos? Verdadeiros inquilinos das ruas Que pagam um preço muito alto por esse aluguel! Se conheceram ali, e confusos, esses marujos Se descobrem em um barco furado E, cansados de sofrer, sem saber o porquê Se perguntam - Me diz, me diz, o que foi que eu fiz? Por que estou aqui? Eu sei, sou prisioneiro, mas que crime Que eu cometi? Querem me eliminar Por todos os lados, vejo estampada a indiferença A compaixão Por que será? E suas perguntas seguem sem respostas Descobrem, com o tempo Que as mesmas punhaladas que, hoje, recebem Também foram dadas sem piedade em seus pais É demais! Carregando a cruz sempre pesada E, mesmo sem cometer falhas, são considerados Suspeitos! Suspeitos, que nada Culpados! A pobreza, a indigência são carmas com os quais O sistema psicopata, que queima, que aniquila Que mata Não sabe conviver Não nos peça calma, ironia, você jogou todos nessa Sua mente fraca, diabólica, só não contava com Nossa revolta Nossa volta por cima - Não nos peça perdão, não vamos perdoar Pegou pesado, meu caro, pegou pesado Pegou pesado, meu caro, pegou pesado Se liga, o clima agora é tensão Vamos engavetar o mandachuva, o pistolão Traíras estão na mira, e nossa ira não é só Pressão Só que por sorte desses capachos será Assassinato sem morte! 129 Vamos apagá-los... Com o nosso raciocínio Quem diria tamanho atrevimento de uma raça Que eles sempre consideraram de símios! _Sub-raça! Subalternos, eternos otários, pode crê Sempre foi um escracho A maneira pela qual nossos valores foram Roubados Deturpados! Os livros raramente contam os verdadeiros fatos A história é maquiada e maldosamente criada Para nos incriminar, denegrir nossa imagem É assim que trabalha o capitalismo selvagem Direitos elementares, alimentares Pasmem! Na cara dura, negados, o pão de cada dia, na Sarjeta Uma gorjeta dada com a pior das intenções Não para matar a fome Mas, sim, na dose exata. Para nos manter Esfomeados Dependentes dos barões, dos poderosos chefões Pelegos! Vamos devolver-lhes o presente de grego Se liga, agora, véi, sai de baixo! Você não se tocou, se ferrou, seu campo tá todo Minado! Francamente, não somos fracos Seu erro foi desprezar o adversário Somos francos atiradores Perturbando suas últimas horas! O ataque maciço prossegue! Uma página na história se escreve! Sobre o mau político - Por que você não some daqui? Acho bom você abrir Ninguém mais quer te ouvir Vá! Antes que alguém te apague Evite seu próprio massacre 130 Você nunca foi a cura Pelo contrário, eterna doença A causa de toda essa encrenca Vá! Nos deixe em paz! Falo em nome dos pobres, mendigos Prostitutas do cais do porto Onde prolifera o aborto Não! Não! O Brasil não está morto! Se manda com a grana roubada Eu falo de alma lavada Você não é você Você é simplesmente isso É sujo É podre! É lixo! E suas perguntas seguem sem respostas! - É demais! É demais! Subalternos, eternos otários! - É demais! É demais! O pão de cada dia, na sarjeta Uma gorjeta dada com a pior das intenções! - É demais! É demais! Se você ouviu, gostou, botou fé Se você ouviu, gostou, botou fé Se você ouviu, gostou, botou fé Estamos juntos pro que der e vier!