Tem dias que eu viro vento E ao tempo solto minhas asas Pra navegar nas tormentas Que meu coração inventa Quando alço o vôo das casas Noutros preciso ser chuva E o campo acolhe minhas àguas Dando vaza ao sentimento Quando eu canso de ser vento E cismo enxaguar as mágoas No encanto das estações Do gris pra um céu mais azul Exalto o ventre campeiro E se meu norte é o seu luzeiro Minha alma diz que sou sul Tem dias que acordo sol E o pampa é visão que encanta Vendo minha gente plantar Mais sonhos no seu lugar Com a vida acesa na estampa Então me atino a ser verso E meu canto é mais que oração Luzindo num sentimento Quando eu vou buscar alento E o campo estende sua mão