Já não aguento desse jeito como eu ando, só roendo Esperando, minha vida melhorar Buscando um jeito de encontrar quem me dê trato Olha eu tô como sapato, sem saco pra caminhar Quero um xamêgo, pois, a gente assim sozinho Como feijão sem toucinho, não é bom de se viver Tô precisando de um xamêgo Sem demora nem que tenha catapora, sarabelo ou cachumbê Quando eu me alembro de xandoca quelémente Numa festa de aguardente, que eu fiquei meio chumbado E nesse porre, ouve tanta brincadeira Todo bêbado faz besteira, quando eu vi tava casado Ganhei presente, ganhei cama e travesseiro Lençol de linho estrangeiro, só fiquei desconfiado Foi num emprego que eu ganhei de viajante De um vendedor de purgante que só vivia avexado O patrão dele, que é filho do delegado Deu a ela a mesma coisa depois que ele foi casado E o pobrezinho só vive coçando a testa E o purgante da mulesta só fede a chifre queimado Olha, veio uma nega que no outro dia me deu bola Atrás dela eu fui pra xola, quando perguntei seu nome Fez um muxôxô e disse, me chamo alberto O meu tiro não foi certo, não é que a nega era um homem? Saí de banda, fui pra porta do mercado Me sentei meio chateado, na calçada da esquina Veio um cabloco olha tipo atlético e parrudo Me olhou fazendo estudo e me disse foi com voz fina Tá triste nego? Isso é muito natural Garanto que eu dou um jeito, tu vai ver que eu sou legal Mas de repente, com a voz melosa e pastosa Disse eu sou sandra rosa, a cigana do magal, meu bem