Nada pode ser mais reciproco Do que um cigarro queimando A cada trago dado Um trago a menos E contando Reflete a efemeridade e talvez A cura para quem não quer procurá-la O tempo de um cigarro É o tempo que sobra O tempo que não quer sobrar Talvez ele apague e o maço esvazie E daí? Talvez o samba morra Junto com o calor que mantem o cigarro aceso E que o afaga Mas antes de mais nada O cigarro apaga Nada pode ser mais reciproco Do que um cigarro queimando A cada trago dado Um trago a menos E contando Reflete a efemeridade e talvez A cura para quem não quer procurá-la O tempo de um cigarro É o tempo que sobra O tempo que não quer sobrar