Eu vou contar pra você como é que sou de verdade Desde antes de nascer calminho barbaridade Mais molóide que uma lesma, vergonha pra sociedade Mais molóide que uma lesma, vergonha pra sociedade Pra nascer foi coisa triste, lembrando dá um arrepio Pobre da velha sofrendo, coisa igual nunca se viu Quatorze mês na barriga, não nascia de vadio Quatorze mês na barriga, não nascia de vadio Fui crescendo a despacito, pegando o jeito de piá Resmungão e dorminhoco dava nojo até de olhar Dormia sempre sentado de preguiça de deitar Dormia sempre sentado de preguiça de deitar Me levaram a um pai de santo pensando que era feitiço Mandaram pra que eu rezasse pra sair daquele enguiço Pedi ao santo que matassem quem inventou tal serviço Pedi ao santo que matassem quem inventou tal serviço Me associei a cotrifolga, lá me sinto muito bem Dias e dias parado é tudo que em convém Sombra boa e água fresca nunca fez mal a ninguém Sombra boa e água fresca nunca fez mal a ninguém Ser vadio não é defeito, por isso eu vivo vadiando Quando apita nove e meia ainda estou descansando Me dá até uma dor nas pernas quando vejo um trabalhando Me dá até uma dor nas pernas quando vejo um trabalhando Tu também que é vagabundo não te meta, não te atiça Não me venha dando aula me ensinado rezar missa Eu durmo até de olho aberto, não fecho só de preguiça Eu durmo até de olho aberto, não fecho só de preguiça Devagar também vai longe foi Deus quem me fez assim Mimosinho das gurias, bonitinho que é um jasmim Fico grudado nas changas, vocês trabalham pra mim Fico grudado nas changas, vocês trabalham pra mim