Do alto de um pedaço de céu Caí de maduro do apogeu Aterrissei num quarto de hotel Ouvi seus batimentos Ao chão de concreto Não me adaptei Mas você me olhou nessa noite paulista Fez sentir a maresia Se você olhar no fundo do meu olho, verá Que já faz um tempo que eu Venho pensando no teu beijo (beijo) Me toca intencionado E cura os meus machucados Você vem me buscar Em uma embarcação, navegando Você sabe, eu não quero ficar Me joga uma boia Que eu não sei nadar Mas eu confio na calmaria desse mar Ah, se o mundo me desse uma chance Só um instante, só um instante Ah, se as coisas fossem diferentes Já deu desse solipsismo De achar que só eu existo Eu sei que tenho tantos amigos Todo dia uma caça ao tesouro Em busca de gente, de coisa, de amor Pra suprir um espaço, um vazio congênito Piratas como eu nessas praias Sempre andarilhos Me contento com a visão monocular Já que eu já vi tudo, eu já vi tudo Inclusive o absurdo que rodeia os nossos becos Se eu me esqueço, fico são E você Você vem me buscar Em uma embarcação, navegando Você sabe, eu não quero ficar Me joga uma boia Que eu não sei nadar Mas eu confio na calmaria desse mar Sim, pode falar E o meu jeito taciturno Finalmente não vai incomodar Não tem que ter medo do navio afundar É que eu confio na calmaria desse mar Desse mar E com uma aurora boreal Enfeito a noite do meu bem Vem me lembrar que ainda há milagres Ainda há milagres Bebê, vem me ver Ah, se o mundo me desse uma chance Só um instante, só um instante (bebê, vem me ver) Ah, se o mar vermelho reabrisse