Era uma tarde em Sevilha Quando uma dama, formosa eu vi Era a mais graciosa filha Daquela terra que estava ali Ao seu lado um garboso rapaz Que belo tipo de toureador Dizia-lhe, em chama voraz Coisas bonitas, frases de amor E a bela escutava com todo o prazer As frases do guapo rapaz a dizer Alza, Alza, Manolita!, meu coração teu será Meu amor minha querida Será teu por toda a vida Enquanto vida eu tiver Não serei de outra mulher Vai à buena dicha e verás Que as cartas não mentem jamais! No outro dia a formosa, quis da verdade, bem se inteirar Como era muito curiosa, a cartomante, foi consultar Eu quero saber com certeza, se Pedro, meu toureador Me ama com toda firmeza ou se ele jura um falso amor! As cartas abertas ali sobre a mesa A velha responde com toda firmeza Alza, Alza, Manolita, eis-me o Valete afirmar Teu Pedro minha querida Será teu por toda vida Enquanto vida ele tiver Não será de outra mulher Crê no que digo e verás Que as cartas não mentem jamais Mas chega um dia um chamado Para o toureiro, ir à Madri O coração desolado De Manolita, ficava ali Cacilda, rival nos amores De Manolita, quer se vingar E pra causar dissabores Mil falsidades, vai lhe contar Teu Pedro, não morre de amores por ti Chamado por outra, vai ele a Madri Alza, não posso acreditar Que Pedro me queira, enganar Seu amor minha querida Será meu por toda a vida Enquanto vida ele tiver Não será de outra mulher Vai à buena dicha e verás Que as cartas não mentem jamais Chega porém de Madri, uma notícia de entristecer Pedro, na praça Dalí, fora ferido, estava a morrer Manolita, toda chorosa, a cartomante vai consultar E diz-lhe em voz lacrimosa, vê se meu Pedro pode escapar As cartas abertas, seu peito lhe estala A velha tremendo, tristonha lhe fala Alza, Alza,, Manolita, tudo na vida tem fim Teu Pedro minha querida, foi teu somente na vida Eis-me o Valete a afirmar, teu Pedro acaba de expirar Reza por ele na paz Que as cartas não mentem jamais!