Do velho braço da charrete do meu pai Fiz um porrete e a mão do meu pilão Cerquei na grota lá da furna um olho d'água Arame grosso esticado no mourão Ali eu passo minhas horas recordando Minhas passagens que vivi no meu sertão Café passado num velho saco de pano Broa de milho, batata-doce e pinhão Ê ê ê ê Ainda posso ouvir Como era belo o zunir Do nosso carro de boi Ê ê ê ê Facão corneta amolado E um boiadeiro magoado Lembrando do que se foi E hoje aqui sentado neste banco Feito de tábuas que assoalhavam o casarão Grelhando a carne no meu disco de arado E a paçoca já socada no pilão Vejo o moinho girando com o vento E o milho-verde embonecado lá na roça Me vem na mente amigos que já se foram E as viagens que fazia com a tropa