Um marinheiro Atracou lá porto Trazendo consigo da terra Brasil A saudade no peito Mas agora tem jeito, pois ele fugiu Um marinheiro Atracou lá porto Trazendo consigo da terra Brasil A saudade no peito Mas agora tem jeito, pois ele fugiu Ô um marinheiro Atracou lá no porto Trazendo consigo da terra Brasil A saudade no peito Ê mas agora tem jeito, pois ele fugiu Um marinheiro (ô um marinheiro) Atracou lá porto Trazendo consigo da terra Brasil A saudade no peito (ê no peito) Mas agora tem jeito, pois ele fugiu Ô traz na memória lembranças da escravidão E da labuta no meio de um canavial De uma luta nova que é danada e mandingueira Praticada em capoeira Ao som de um berimbau Um marinheiro (ô um marinheiro) Atracou lá porto Trazendo consigo da terra Brasil A saudade no peito (ê no peito) Mas agora tem jeito, pois ele fugiu Ô contou histórias de uma triste escravidão Só quem sofreu, só quem já chorou de dor Sabe o valor que tem a tal felicidade Por viver em liberdade Sem temer ao opressor Um marinheiro (ô um marinheiro) Atracou lá porto Trazendo consigo da terra Brasil A saudade no peito (ê no peito) Mas agora tem jeito, pois ele fugiu E lá na aldeia como herói foi coroado A olorum agradecendo a proteção Por muito tempo viveu preso, acorrentado Ai quanto sangue derramado Em busca de libertação Um marinheiro (ô um marinheiro) Atracou lá porto Trazendo consigo da terra Brasil A saudade no peito (ê no peito) Mas agora tem jeito, pois ele fugiu É um corpo marcado de dor De olho choroso, mareado Mas agora o negro cansou De tanto ser maltratado É um corpo marcado de dor De olho choroso, mareado Mas agora o negro cansou De tanto ser maltratado Ô um guerreiro valente de guerra Ai que nunca temeu ao leão Foi arrancado a força de sua terra E jogado em escuro porão E pra vencer mais essa guerra Negro briga com a morte Chega vivo a terra estrangeira Não sei se por força ou por sorte É um corpo marcado de dor De olho choroso, mareado Mas agora o negro cansou De tanto ser maltratado Ô na terra eu era rei Recebi uma coroa ancestral Hoje sou mercadoria Quase não me dão valia Me tratam como animal E esse corpo de pele sem cor Que tirou a minha liberdade Esquece que negro é gente Que chora, que sangra, que sofre Por causa da dor da corrente É um corpo marcado de dor De olho choroso, mareado Mas agora o negro cansou De tanto ser maltratado Mas o preto não dá-se por vencido Enquanto respirar vai lutar Mostra que é forte valente Pra se libertar da corrente Pede forças pra o seu orixá Ô já cansado de tanto sofrer Por não aguentar mais apanhar O negro criou a capoeira Disse que era brincadeira E lutou pra se libertar É um corpo marcado de dor De olho choroso, mareado Mas agora o negro cansou De tanto ser maltratado Ô é um corpo marcado de dor Mas de olho choroso, mareado Mas agora o negro cansou De tanto ser maltratado É um corpo marcado de dor De olho choroso, mareado Mas agora o negro cansou De tanto ser maltratado