"Aos poucos vão indo embora as coisas que eu mais gostava, quando morreu meu cavalo por certo Deus descansava" Era uma tarde de outubro e um silencio de sol por, um vento nas madre silvas ventava nuns fios de dor no céu azul do potreiro a corvada em voos rasos trazia garras de morte mas a gente nem fez caso quando a manha veio cedo na recorridas pra encilha faltava um baio sebruno na forma da minha tropilha um peão de olhos baixos de freio e mango na mão, me disse com dor na alma: -Morreu seu baio patrão! As crinas sobre as macegas cardavam teias de aranha e que a manha ainda agora, tinha posto na campanha e os olhos do meu cavalo que a pouco não viam nada já tinham ganhado o céu pelas garras da corvada "Ficou um silencio largo talvez faltando um relincho só um choro pelo arame pelo cantar dos pelinchos olhando o baio estendido pensei bem quieto comigo Isto não é coisa parceiro que se faça com um amigo !" Coisa triste de se ver um amigo desse jeito ontem mesmo lhe apertei a cincha no osso do peito e hoje lhe vejo assim posto em partida sem viço se Deus bem sabe o que faz não tava sabendo disso "se vai embora meu baio o pingo que eu mais gostava quando morreu meu cavalo quando morreu meu cavalo por certo Deus descansava"