Um corpo só Não pode andar a só Existe um tempo em que se faz um mundo só Um movimento que se mostra já capaz Um corpo só Como um animal feroz A presa é, sujeito, alma, pura voz Um movimento que se mostra incapaz De ter Um mundo só pra se sentir O direto de não se sentir No mundo só e não deixar Um corpo só não mais Um corpo só jamais Um corpo só não mais Um corpo só Veio só pra se mostrar Um movimento lento Música no ar Como uma valsa toca acorde não vulgar Existe um tempo Em que se vive o mesmo sol O mesmo tempo Ao mesmo tempo um olho só O mesmo lenço Enxuga a alma sobre nós De ter Um mundo só pra se sentir O direito de não se sentir No mundo só e não deixar Um corpo só não mais Um corpo só jamais Um corpo só não mais